O tempo passa o tempo todo - e você, como tem passado pelo tempo?
- Dra. Fernanda Sartori
- 12 hours ago
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Em "Por que tanta pressa", o sociólogo e escritor Antonio Candido escreve:
“Acho que uma das coisas mais sinistras da história da civilização é o famoso dito atribuído a Benjamin Franklin, ‘tempo é dinheiro’. Isso é uma monstruosidade. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida, é esse minuto que está passando.”
Concordo com Candido. É importante lembrar que, ao passarmos o tempo, estamos vivendo nossa própria vida — e a vida não deve ser reduzida a uma simples troca por dinheiro.
No entanto, para muitos de nós, é necessário dedicar tempo ao estudo e/ou ao trabalho para obter dinheiro, pois é por meio dele que conseguimos acessar o que é essencial à vida, seja para nossa subsistência ou para o conforto e qualidade de vida.
Como destaca o escritor, “A luta pela justiça social começa por uma reivindicação do tempo: ‘eu quero aproveitar o meu tempo de forma que eu me humanize’.”
Portanto, como resolver essa equação?
Trocar tempo de vida por tempo de trabalho é uma necessidade para a vida, mas a vida não pode ser apenas trabalho.
Acredito que a resposta para isso passa por uma maior consciência sobre como estamos utilizando o nosso tempo.
A revolução tecnológica, com a internet, dispositivos eletrônicos, smartphones, aplicativos e redes sociais, acelerou a nossa percepção do tempo.
Transformamos a vivência em um fluxo contínuo de estímulos rápidos e fragmentados que dificulta nossa conexão com o presente.

É quase impossível conhecer alguém hoje em dia que não diga: “O tempo está passando depressa demais.”
Se todos estamos, de alguma forma, com pressa e desconectados do presente,
quanto tempo resta para refletirmos sobre como estamos levando a vida?
Precisamos atravessar o tempo sem sermos atropelados por ele.
Portanto, o desafio dos nossos tempos não é ter mais tempo, e sim vivê-lo de forma mais consciente. Só assim encontraremos mais sentido no tempo que passa.

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