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Writer's pictureDra. Fernanda Sartori

Culpa materna

A atuação das mulheres e as oportunidades mais igualitárias no mercado de trabalho, além das mudanças legislativas que buscam promover maior igualdade entre os gêneros, têm transformado a identidade feminina e reconfigurado as famílias. A maternidade, antes vista como um papel natural e inerente à mulher, tem sido cada vez mais questionada e repensada nas últimas décadas.


No entanto, apesar desses avanços, a maternidade ainda carrega uma enorme carga de expectativas e demandas sociais. O cuidado com os filhos e com a casa, mesmo para aquelas que têm um trabalho fora de casa, continua sendo, em grande parte, uma responsabilidade das mulheres.


De acordo com dados do IBGE, as mulheres dedicam, em média, 10,4 horas a mais por semana do que os homens aos afazeres domésticos e ao cuidado de pessoas.

Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas revela que 15% dos lares brasileiros são chefiados por mães solteiras e que entre 6% a 10% das crianças no Brasil não são registradas pelos pais.


Neste contexto social, somado a fatores culturais e psicológicos, é compreensível que muitas mães se sintam excessivamente responsáveis pelos problemas de seus filhos, frequentemente enfrentando sentimentos de culpa e sobrecarga emocional e física.

Entretanto, é importante lembrar que as mulheres, como qualquer ser humano, têm suas próprias necessidades e desejos. Muitas enfrentam um conflito interno ao tentar equilibrar sua identidade pessoal com o papel de mãe, o que pode levar a uma vivência constante de culpa.



Para lidar com a culpa materna, é essencial compreender que a maternidade, como qualquer experiência humana, é multifacetada, e que não há uma única fórmula para ser mãe. As mulheres precisam reconhecer suas dificuldades e se permitir buscar apoio, não apenas de profissionais, quando necessário, mas também de suas redes de apoio, como amigos, familiares e parceiros.


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